segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mulheres se manifestam em Florianópolis

Somos todas vadias!

Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância. Simone de Beauvoir



Por Marcela Cornelli, jornalista

Na lógica do capitalismo, onde tudo é propriedade privada, a relação homem e mulher não é diferente. A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas e a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada. E quem é a culpada? As mulheres é claro. De vítimas passamos a criminalizadas. Não temos o direito de decidir sobre o nosso corpo e ainda quando somos violentadas somos vistas como "vadias". Pois bem, se ser livre é ser vadia. Somos todas vadias.

De 1980 a 2010, foram assassinadas no Brasil cerca de  91 mil mulheres - 43,5 mil só na última década. Nos último 30 anos houve um  aumento de 217,6% nos índices de assassinatos de mulheres no Brasil. Os dados são do Mapa da Violência da Mulher  2012, do Instituo Sangari.

Pelo fim da violência contra a mulher, pelo direto de decidir sobre seu próprio corpo, mulheres marcharam em várias capitais do país neste dia 26 de maio. Em Florianópolis a marcha foi bela, emocionante e extremamente importante. Nas ruas olhos curiosos uns de aprovação outros de reprovação. Em uma sociedade patriarcal e machista ainda há muito o que evoluir. Mulheres, meninas, mães, homens, homossexuais, mulheres do movimento GLBT, mulheres sindicalistas, trabalhadoras, todas marchando juntas pelo fim de qualquer tipo de preconceito, pedindo liberdade e o fim da hipocrisia existente na nossa sociedade conversadora que mata mulheres todos os dias.

Estupro RBS a gente não esquece

A marcha lembrou o fato ocorrido do estupro de uma adolescente em Florianópolis sendo que um dos envolvidos era filho do dono da RBS, afiliada da rede Globo. O caso foi abafado e os culpados permanecem sem punição. Como em todo país a mídia burguesa se cala diante da violência sofrida pelas mulheres.

Segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica e o parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais de 80% dos casos de violência. Embora apenas 8% digam já ter batido “em uma mulher ou namorada”, um em cada quatro (25%) diz saber de “parente próximo” que já bateu e metade (48%) afirma ter “amigo ou conhecido que bateu ou costuma bater na mulher”. Assustadoramente, dos homens que assumiram já ter batido em uma parceira 14% acreditam que agiram bem e 15% afirmam que o fariam de novo.

Bradando pelas ruas frases como “Chega de machismo, essa política babaca. A gente tá lutando por uma vida igualitária!”; “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente com a roupa que escolhi” e  “O corpo é da mulher, ela dá pra quem ela quiser!”, o recado foi dado. A marcha das vadias, que  teve origem  em 2011 com a slutwalk (caminhada das vadias) que ocorreu no Canadá em resposta à justificativa dada por um policial de que as meninas de uma universidade estavam sendo estupradas porque se vestiam igual “vadias”, não pode parar por aqui, além de crescer e tomar as ruas mais vezes ela precisa exigir dos governos o cumprimento da Lei Maria da Penha, o direito ao aborto, o direito de ser mulher sem ter que mudar sua forma de vestir ou de ser para ser respeitada até porque, como cantamos pelas ruas: “Nossa luta é todo dia contra o machismo, o racismo e a homofobia”.

Até que haja uma só mulher apanhando, sendo estuprada, violentada, impedida de decidir sobre seu próprio desejo, vamos continuar gritando e tomando as ruas!

Pelo direito de decidir!

Pelo direito de amar e dar pra quem quiser!

Exigimos total respeito à mulher!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Comunicação popular e comunitária é destaque no Paraná

Nos dois dias, intensos, foram discutidas as questões emergentes do mundo das comunicações tais como a concentração dos meios, as novas tecnologias e as experiências vitoriosas de comunicação popular. O grande painel montado com a presença de gente de todo o sul do país, assim como do sudeste, mostra que a comunicação de resistência segue firme no Brasil e, potencializada a partir das novas tecnologias, apresenta grandes possibilidades de provocar o desejo de mudança.

Por elaine tavares – jornalista

O Primeiro Curso Estadual de Comunicação Popular do Paraná, realizado nos dias 10 e 11 de maio em Curitiba, mostrou uma juventude ávida de conhecimento e de transformação. Muitos estudantes de jornalismo, muitos jornalistas e um bom número de sindicalistas anunciaram que o tema da comunicação popular e comunitária re-começa a povoar o imaginário de uma geração disposta a provocar mudanças. Organizado pelas entidades Jornal Brasil Fato, Cefuria - Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sindicato dos Bancários de Curitiba, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC) e produtora QuemTV, o curso apresentou os mais variados temas, todos voltados para a necessidade de uma nova práxis no campo comunicacional.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Despejo em Belo Horizonte

Vídeo do Frei Gilvander na comunidade Eliana Silva, em Belo Horizonte, que sofreu despejo.