terça-feira, 26 de junho de 2012

Nacionalismo revolucionário em discussão na UFSC



A socióloga argentina Alcira Argumedo abre o Congresso Estadual das Brigadas Populares em uma atividade com a parceria do Núcleo de Estudos da América Latina (NEHAL/IELA). A conferência sobre “Nacionalismo Revolucionário e a Esquerda Latino-Americana” acontece no dia 29 de junho (sexta-feira) às 18h30min, no Auditório do CFH/UFSC e será aberta ao público.

Alcira Argumento, que é professora da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires, atua hoje como deputada nacional na Argentina, representando o Movimiento Proyecto Sur. Como pesquisadora escreveu importantes trabalhos como: El silencio y las voces en América Latina: notas sobre el pensamiento nacional-popular, Los laberintos de La crisis e Un horizonte sin certeza: América Latina ante La revolución científico-técnica. Defensora do nacionalismo revolucionário, Alcira entende que esta é a mais radical possibilidade de emancipação dos povos. “Não se deve confundir nacionalismo-revolucionário com populismo barato. Essa diferença a esquerda precisa conhecer, para não cair nas armadilhas”.

Contatos: 84212550 – com Diógenes


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Brigadas Populares rechaçam golpe no Paraguai



As Brigadas Populares de Santa Catarina rechaçam de forma total o golpe parlamentar perpetrado no país irmão, Paraguai. Sem direito à defesa, o presidente Fernando Lugo foi acusado, julgado e condenado em menos de 24 horas. Seu delito, conforme os discursos ouvidos no Senado da Nação foi o de não controlar as forças policiais e permitir o massacre de 17 pessoas na região de Curuguaty, onde aconteceu um conflito por terra, numa propriedade que não por acaso, era de um dos senadores.
O Paraguai é um país onde a concentração agrária é gritante. Durante a ditadura militar que mergulhou o país num tempo de escuridão, o então ditador Stroessner desalojou centenas de pequenos produtores, distribuindo mais de 10 milhões de hectares de terra aos seus amigos, hoje a elite agrária do Paraguai. A mesma que não aceita a ação de um governo que quer distribuir melhor a terra.
É bom salientar que o presidente Fernando Lugo dirigia um governo bastante enfraquecido, por não ter conseguido maioria parlamentar, o que permitiu que praticamente todas as ações mais populares acabassem no vazio.  Tendo a sua liderança nascida no movimento popular, Lugo foi o tempo todo acossado pela elite vende-pátria, tradicionalmente colada a ideia de apoio total à dominação estrangeira no país. Assim, os partidos tradicionais, derrotados na eleição presidencial, mas não no parlamento, foram desenhando, junto com a ajuda do serviço secreto estadunidense e das transnacionais ligadas ao campo – como a Monsanto – uma forma de se livrar de uma vez por todas do presidente.
O acontecimento de Curuguaty também está cercado de mistério, afinal não tão misterioso assim. Fala-se da ação de gente infiltrada junto aos camponeses que teria começado o confronto para provocar o sucedido. É certo que os trabalhadores rurais vinham se organizando em processos de luta importante no Paraguai. Estava em curso um trabalho de organização e conscientização das famílias que buscavam retomar suas terras, perdidas ao longo da ditadura. E isso a elite latifundiária não poderia permitir. Assim, com a sempre a mão ajuda estrangeira, foi gestando o golpe. Aliados à elite agrária, também estavam os narcotraficantes e dirigentes de máfias bem urdidas, que ao longo dos anos encheram os bolsos de dinheiro à custa do povo.
O golpe de estado no Paraguai é mais um alerta para toda a América latina, pois mostra como o império se rearticula e vai retomando o espaço perdido para governos mais progressistas. O início desse contra-ataque se configurou no Haiti, quando Jean Aristide foi deposto e o país ocupado. Depois, Honduras, quando Mel Zelaya pendeu para a órbita da ALBA. Agora, o Paraguai, aproveitando-se da fraqueza do governo. Isso mostra que nem o império, nem as elites entreguistas nacionais estão dormindo.
O golpe no Paraguai deve ser repudiado e os trabalhadores de toda a América Latina precisam ficar atentos e alerta para defender as conquistas que, ainda insuficiente, vão se produzindo nos mais variados cantões do continente.
Força Paraguai. Estamos com o povo! Em luta e alerta!  

Greve na UFSC



As duas primeiras semanas da greve dos técnico-administrativos da UFSC foram de crescimento das paralisações, afinal, sempre tem muita gente que fica esperando para ver como as coisas vão se comportar. Esse ano já foi possível verificar um bom fortalecimento da mobilização, uma vez que muita gente que estava em cargos da reitoria anterior agora aderiu à greve. Também se observa uma participação massiva dos novos trabalhadores, que entraram nos últimos concursos, uma gente mais jovem e cheia de gás, querendo entender o que acontece com a sua vida laboral. As assembleia são cheias, como há muito não se via.

Na segunda semana a reitoria colocou um bode na sala tentando garantir a abertura do Restaurante Universitário só com os trabalhadores terceirizados. A categoria reagiu e ocupou as instalações do RU. Também alguns grupos organizados de estudantes, ligados a grupos conservadores e de direita, com a parceria de outros estudantes isolados, entraram no RU intimidando os trabalhadores exigindo a abertura do restaurante. Foi um momento tenso, mas que acabou sendo contornado pelos grevistas. Uma vez que eles iam explicando as razões da greve, os estudantes que estavam na onda, compreenderam e saíram, enfraquecendo o grupo organizado.

Dias depois, a reitoria realizou nova reunião com o sindicato e os estudantes e se deparou com o DCE apoiando a luta dos trabalhadores. Teve de dar outra solução para sua promessa de garantir alimentação. Por outro lado, os trabalhadores decidiram dialogar com os estudantes realizando um sopão coletivo nessa segunda-feira. De qualquer forma, os fatos envolvendo os estudantes e o RU deram um gás no movimento, pois serviu para unificar ainda mais os trabalhadores.

Na semana que inicia, além do sopão conjunto, já está marcado um ato unificado com os demais trabalhadores federais públicos para quinta-feira. Amanhã, terça-feira, tem assembleia geral e os trabalhadores vão discutir o documento encaminhado pela Associação dos Trabalhadores de Nível Superior (ATENS) ao governo federal, buscando negociar isoladamente seus salários, desconhecendo a greve dos colegas. Tema que promete.

sábado, 16 de junho de 2012

A Vale em Moçambique

A Vale, em Moçambique, age como uma multinacional qualquer age nos países empobrecidos. promovendo a miséria, a fome, o medo. Vale ver o vídeo feito por jornalistas de Moçambique com a fala das gentes.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Governo tripudia trabalhadores e espera pela greve


Por Elaine Tavares  - jornalista
“Na federal é assim. Todo ano tem greve”, dizem, entre risos, alguns estudantes. É como se fosse um ritual a cumprir, e algo que nascesse da “vagabundice” dos trabalhadores públicos que não querem trabalhar. É certo que tem algum trabalhador que se comporta dessa forma, mas não é a maioria. Se fosse assim, as universidades não funcionariam e nem seriam as instituições mais importantes do país, onde se cria 90% da ciência. Algum mérito os técnico-administrativos têm de ter nisso aí, porque nenhuma pesquisa, estudo ou extensão acontece sem esses trabalhadores.
E, como é comum nas relações de trabalho, todo os anos os trabalhadores precisam ter seus salários ajustados, pelo menos no que diz respeito às perdas do período, como acontece com qualquer outra categoria. Mas, entre os trabalhadores públicos não é o que sucede. Não há data-base para eles. Os salários só se reajustam se existe luta. E olha que é lei. E, como também ocorre com qualquer outro trabalhador, os públicos igualmente comem, vestem seus filhos, gastam com saúde, educação e tudo mais. Logo, precisam recuperar as perdas e, de quebra, garantirem um aumento real.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mulheres se manifestam em Florianópolis

Somos todas vadias!

Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância. Simone de Beauvoir



Por Marcela Cornelli, jornalista

Na lógica do capitalismo, onde tudo é propriedade privada, a relação homem e mulher não é diferente. A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas e a cada 12 segundos, uma mulher é estuprada. E quem é a culpada? As mulheres é claro. De vítimas passamos a criminalizadas. Não temos o direito de decidir sobre o nosso corpo e ainda quando somos violentadas somos vistas como "vadias". Pois bem, se ser livre é ser vadia. Somos todas vadias.

De 1980 a 2010, foram assassinadas no Brasil cerca de  91 mil mulheres - 43,5 mil só na última década. Nos último 30 anos houve um  aumento de 217,6% nos índices de assassinatos de mulheres no Brasil. Os dados são do Mapa da Violência da Mulher  2012, do Instituo Sangari.

Pelo fim da violência contra a mulher, pelo direto de decidir sobre seu próprio corpo, mulheres marcharam em várias capitais do país neste dia 26 de maio. Em Florianópolis a marcha foi bela, emocionante e extremamente importante. Nas ruas olhos curiosos uns de aprovação outros de reprovação. Em uma sociedade patriarcal e machista ainda há muito o que evoluir. Mulheres, meninas, mães, homens, homossexuais, mulheres do movimento GLBT, mulheres sindicalistas, trabalhadoras, todas marchando juntas pelo fim de qualquer tipo de preconceito, pedindo liberdade e o fim da hipocrisia existente na nossa sociedade conversadora que mata mulheres todos os dias.

Estupro RBS a gente não esquece

A marcha lembrou o fato ocorrido do estupro de uma adolescente em Florianópolis sendo que um dos envolvidos era filho do dono da RBS, afiliada da rede Globo. O caso foi abafado e os culpados permanecem sem punição. Como em todo país a mídia burguesa se cala diante da violência sofrida pelas mulheres.

Segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica e o parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais de 80% dos casos de violência. Embora apenas 8% digam já ter batido “em uma mulher ou namorada”, um em cada quatro (25%) diz saber de “parente próximo” que já bateu e metade (48%) afirma ter “amigo ou conhecido que bateu ou costuma bater na mulher”. Assustadoramente, dos homens que assumiram já ter batido em uma parceira 14% acreditam que agiram bem e 15% afirmam que o fariam de novo.

Bradando pelas ruas frases como “Chega de machismo, essa política babaca. A gente tá lutando por uma vida igualitária!”; “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente com a roupa que escolhi” e  “O corpo é da mulher, ela dá pra quem ela quiser!”, o recado foi dado. A marcha das vadias, que  teve origem  em 2011 com a slutwalk (caminhada das vadias) que ocorreu no Canadá em resposta à justificativa dada por um policial de que as meninas de uma universidade estavam sendo estupradas porque se vestiam igual “vadias”, não pode parar por aqui, além de crescer e tomar as ruas mais vezes ela precisa exigir dos governos o cumprimento da Lei Maria da Penha, o direito ao aborto, o direito de ser mulher sem ter que mudar sua forma de vestir ou de ser para ser respeitada até porque, como cantamos pelas ruas: “Nossa luta é todo dia contra o machismo, o racismo e a homofobia”.

Até que haja uma só mulher apanhando, sendo estuprada, violentada, impedida de decidir sobre seu próprio desejo, vamos continuar gritando e tomando as ruas!

Pelo direito de decidir!

Pelo direito de amar e dar pra quem quiser!

Exigimos total respeito à mulher!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Comunicação popular e comunitária é destaque no Paraná

Nos dois dias, intensos, foram discutidas as questões emergentes do mundo das comunicações tais como a concentração dos meios, as novas tecnologias e as experiências vitoriosas de comunicação popular. O grande painel montado com a presença de gente de todo o sul do país, assim como do sudeste, mostra que a comunicação de resistência segue firme no Brasil e, potencializada a partir das novas tecnologias, apresenta grandes possibilidades de provocar o desejo de mudança.

Por elaine tavares – jornalista

O Primeiro Curso Estadual de Comunicação Popular do Paraná, realizado nos dias 10 e 11 de maio em Curitiba, mostrou uma juventude ávida de conhecimento e de transformação. Muitos estudantes de jornalismo, muitos jornalistas e um bom número de sindicalistas anunciaram que o tema da comunicação popular e comunitária re-começa a povoar o imaginário de uma geração disposta a provocar mudanças. Organizado pelas entidades Jornal Brasil Fato, Cefuria - Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sindicato dos Bancários de Curitiba, Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC) e produtora QuemTV, o curso apresentou os mais variados temas, todos voltados para a necessidade de uma nova práxis no campo comunicacional.