terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Em todo o Brasil há muitos Pinheirinho

As Brigadas Populares se somam às centenas de vozes das famílias que nos últimos dias têm vivido sob o cerco violento, truculento e desproporcional da Policia Militar do Estado de São Paulo, desde o inicio da ação de reintegração de posse na comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), ocorrida no último dia 22.
O terreno era ocupado por mais de 1.600 famílias desde 2004 e pertencia no cartório à soma de propriedades falidas do grupo Selecta, do empresário Naji Nahas (que havia sido preso em 2008, durante a operação Satiagraha da Polícia Federal, por suspeitas de corrupção). Vale dizer que o terreno originalmente era de uma família de alemães que foi assassinada na década de 60, quando houve uma grilagem e a posterior aquisição do terreno pelo “insuspeito” Naji Nahas.
A intervenção que ocorreu exatamente 10 dias após a presidenta Dilma e o governador Geraldo Alckimin (PSDB) anunciarem a adesão do estado ao programa “Minha Casa, Minha vida”, interrompeu violentamente as negociações entre o Governo e as Famílias de uma solução pacífica para a questão.
A Polícia Militar do Estado de São Paulo descumpriu flagrantemente a ordem do Tribunal Regional Federal, que no inicio da manhã havia determinado a imediata interrupção da ação. A operação utilizou cerca de 2.000 policiais militares, dois helicópteros, 220 viaturas, 40 cães e 100 cavalos e envolveu também grupos de operações especiais da Policia Militar.
A luta pela moradia é condição fundamental para o resgate da dignidade da pessoa humana e para a superação das contradições da sociedade brasileira. O que vimos é o encontro do povo brasileiro com seu Governo. E que o resultado tenha sido um banho de sangue, só nos leva a perceber que uma verdadeira reforma urbana e a luta por moradia não serão possíveis sob a ordem dessa minoria dominante que não se submete sequer às leis que ela própria cria.
O Governo do Estado sob o comando de Geraldo Alckimin (PSDB), a prefeitura de São José dos Campos de Eduardo Cury (PSDB), a Polícia Militar e a Justiça Paulista se posicionaram na defesa irrestrita da propriedade privada e dos interesses dos grupos minoritários que os controlam. Como é possível que a “propriedade” de um homem – proibido de especular na bolsa de valores de 40 países, cujo terreno acumula 16 milhões de reais em impostos devidos à prefeitura, investigado por inúmeras denúncias de corrupção e que levou o grupo Selecta à falência - possa valer mais que a dura vida de milhares de trabalhadores, trabalhadoras e crianças?
Já não podemos continuar nesta situação. O povo brasileiro precisa encontrar novamente uma saída. Os poderes constituídos não estão interessados e são incapazes de defender os interesses da maioria das populações pobres e marginalizadas.
A situação dessas famílias, violentamente reprimidas no curso da luta pelo direito à moradia, repete-se constantemente e em todo o país. Na medida em que a especulação imobiliária precisa expandir-se cada vez mais, emergem os conflitos sociais dentre os quais está o da luta pela moradia e que em última instância é a luta pelo direito à cidade e pela reforma urbana.
Em todo o país o déficit habitacional já alcança 6 milhões de unidades, para além das moradias que não oferecem condições mínimas de dignidade às famílias, em muito, pelo inconveniente que causam aos governos e à especulação imobiliária que as pune com a supressão de garantias dos direitos mais básicos. E o que é mais grave: segundo o CENSO de 2010 o número de casas vazias supera o déficit habitacional em mais de 200 mil unidades, isso desconsiderando as moradias de ocupação ocasional (casas de veraneio, por exemplo).
Em Santa Catarina o déficit habitacional já era superior a 140 mil unidades habitacionais, em 2008. Na região da Grande Florianópolis há dezenas de comunidades que sofrem com os frequentes deslizamentos das encostas, alagamentos de regiões pantanosas ou de mangues, além de conviverem com a ausência de direitos básicos como acesso à escola, cultura, água potável, saneamento básico e luz. Como exemplos de luta e resistência popular temos a comunidade do Papaquara e da Vila do Arvoredo, que sofrem com a constante ameaça de igual violência dos governos de Dário Berguer (PMDB) e Raimundo Colombo (PSD). Além da comunidade da Ponta do Leal, que é um exemplo de resistência e de avanços na luta pelo direito à cidade.
No Estado de São Paulo o déficit habitacional chegou a 1,2 milhões de unidades em 2010, o que significa 5 milhões de pessoas sem acesso a moradia digna. De 2003 a 2009 as Leis Orçamentárias anuais previram a construção de 322 mil moradias. Na prática, somente 136 mil foram entregues. Além disso, milhares de famílias são constantemente afetadas pelas chuvas, incêndios têm ocorrido ao “acaso” em diversas favelas como a do Moinho, que recentemente teve 500 famílias com suas casas queimadas. Mulheres, homens e crianças vagam pelas ruas sem nenhuma perspectiva de assistência social. Recentemente o governo e a prefeitura ocuparam a “cracolândia” com espancamentos, balas de borracha e rondas constantes, tratando uma questão de saúde pública como caso de polícia. No fundo, o interesse é construir na região um grande empreendimento imobiliário que será explorado pela iniciativa privada. No entanto, há resistência popular como, por exemplo, diversos prédios públicos ocupados na Avenida São João, no “coração” da cidade de São Paulo.
Já a Bahia conta com o terceiro maior déficit habitacional do Brasil. Em 2010 o número já estava em 490 mil habitações, segundo dados do IBGE. Além disso, 616 mil habitações não contavam com abastecimento de água neste mesmo período. Neste caso a ação direta da população em ocupações urbanas tem sido decisiva para colocar a questão na pauta do poder público. Como exemplo de luta destaca o MSTB – Movimento dos Sem Tetos da Bahia, que promove atualmente diversas ocupações urbanas, como a do Paraíso, Escada e Periperi.
Em Minas Gerais todas as grandes cidades foram constituídas a partir de grandes ocupações, solução encontrada pelos trabalhadores para sobreviver diante da ausência de uma política habitacional pública e eficiente. Apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte são mais de 150 mil famílias sem teto. A violência do Estado em relação às ocupações urbanas é similar aos episódios do despejo da comunidade Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Temos hoje em Belo Horizonte, por exemplo, as ocupações  Dandara, Camilo Torres, Vila da Fé, Vila Calafate e Zilah Spósito  que estão ameaças de despejo. Mesmo com todo esforço para abrir a negociação com a prefeitura municipal, governada por Márcio Lacerda (PSB) em coligação com o PT e PSDB, nenhuma disposição foi percebida por parte do prefeito. Da mesma forma, o Governador de Minas, Antônio Anastasia (PSDB), faz vista grossa em relação ao massacre anunciado. Os despejos violentos são, infelizmente, rotina nas cidades mineiras. Em 2011, duas comunidades de resistência (Ocupação Torres Gêmeas, em Belo Horizonte, e a Ocupação Carlos Drummond, em Itabira) deixaram de existir por meio das reintegrações de posse, que na verdade ofendem o preceito constitucional da função social da propriedade. No entanto, a resistência das comunidades tem ganhando força, vários atos, marchas e debates estão acontecendo com o intuito de construir uma proposta de efetiva reforma urbana, onde caibam todos e todas. Onde a miséria não seja caso de polícia, mas de política.
No Rio de Janeiro também não é diferente. A estimativa é de que existam mais de 430 mil famílias sem moradia, 80% delas na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Das mais de mil favelas existentes somente na capital do estado, a prefeitura planeja a possibilidade de remover 119 delas. É grave também a condição de vida dessas famílias e a evidente supressão de direitos básicos. Em 2009 o IBGE estimava a existência de 827 mil domicílios sem rede coletora de esgoto ou fossa séptica no Estado (e apenas 30% do esgoto coletado é tratado); 640 mil casas sem rede de abastecimento de água; e 72 mil sem coleta de lixo. As despesas das famílias com habitação, no entanto, vêm crescendo. Segundo o IBGE (2010), do total das despesas de consumo mensais de uma família brasileira, atualmente são gastos, em média, 35,9% com habitação. No Rio de Janeiro/RJ esta despesa chega a 41,3%, gasto que é, proporcionalmente, ainda maior para as famílias com menores rendimentos (45,7%). É nesse contexto que os movimentos sociais que lutam por moradia e as pessoas que buscam alternativas de habitação se mobilizam para ocupar. Diante da ociosidade de milhares de imóveis públicos e privados, em áreas com infraestrutura urbana e próximas aos postos de trabalho, encontram nas ocupações uma forma de acesso a moradia.
Estas lutas e o episódio dramático da remoção violenta da comunidade Pinheirinho demonstram a maior das perversidades da polarização PT-PSDB: o esfacelamento político das lutas populares. Enquanto eram feitas promessas de desapropriação por parte do Governo Federal do PT, que foram totalmente esquecidas depois da “desapropriação”, os governos estadual e municipal do PSDB preparavam o massacre. Para quem tem dúvida dessa realidade basta observar que, apenas dois dias depois, Dilma, Alckmin e FHC se encontravam na comemoração dos 458 anos da cidade de São Paulo, com a completa omissão da presidenta Dilma sobre a situação de Pinheirinho. Os movimentos populares comprometidos com o povo estão diante do desafio imediato de enfrentar a agenda do PSDB e do PT para o Brasil. Do contrário, novos episódios como este ocorrerão, pois em todo o Brasil há muitos Pinheirinho, e nós sempre resistiremos!
Nosso caminho é longo, nossa luta é justa e pacífica. Contudo, sabemos responder à violência. Contra ela, respondemos com ainda mais organização popular. A transformação política e social que a nação precisa nos exige a recomposição de um projeto nacional e popular para o Brasil. Isso não é possível sem extirpar pelas raízes as estruturas autoritárias, que não apenas restam da ditadura, mas que criam outras novas.
Brasil, 30 de Janeiro de 2012.

Cenas da guerra civil brasileira

Gente de Pinheirinho fala da desocupação.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Artistas se manifestam por Pinheirinho

Quem ganhou com o massacre de Pinheirinho

Há poucos meses atrás, em setembro, as manchetes dos jornais de São José dos Campos estampavam a notícia de um acordo para regularizar o bairro do Pinheirinho. Após sete anos, as 1.600 famílias dessa comunidade teriam sua situação de moradia resolvida. O secretário estadual de habitação e representantes do Ministério das Cidades vistoriaram pessoalmente a área para fechar o acordo. Houve muita festa entre os moradores.

Quatro meses depois, em 22 de janeiro, a polícia militar de São Paulo – a mando do governador e legitimada pelo Tribunal de Justiça – inicia uma operação de guerra, que terminou com o despejo da comunidade, dezenas de presos e feridos e 7 desaparecidos. Um massacre do Estado contra trabalhadores que queriam apenas o elementar direito de permanecer em suas casas. Quanto à dimensão e covardia das agressões nem é preciso insistir, pois as imagens que circularam nos jornais e na internet falam por si. A questão é: como se deu esta reviravolta?

A movimentação que levou o Pinheirinho da regularização ao despejo teve três atores principais: o Judiciário paulista, a prefeitura do município e o Governador Geraldo Alckmin. A sintonia desta orquestra macabra varreu todas as tentativas de acordo e solução negociada ao problema dos moradores.

E contou ainda com a silenciosa e discreta omissão do Governo Federal. “Em nome do pacto federativo”... Que pacto? Aquele que os tucanos e o TJ rasgaram ao desconsiderar a corajosa decisão da Justiça Federal, que impedia a desocupação? Pois é, porque havia uma decisão judicial do TRF a favor dos moradores do Pinheirinho. De fato, percebemos nossa ingenuidade em acreditar que decisões judiciais sejam cumpridas, quando favorecem os mais pobres e prejudicam gente como Naji Nahas, dono-grileiro do terreno do Pinheirinho.

Mas o que unia aqueles que trabalharam em favor do despejo? A juíza de São José, Marcia Loureiro, foi uma combatente incansável: validou e revalidou liminares, recusou-se a receber autoridades e representantes dos moradores, dentre outras proezas. Se houvesse um “Prêmio Naji Nahas” certamente seria ela a ganhadora deste ano. Tem lá os seus interesses, que infelizmente não temos provas suficientes para expô-los. Acusar sem provas? Pois é, o judiciário brasileiro é aquele em relação ao qual Paulo Maluf costuma orgulhar-se de não ter qualquer condenação. Bom bandido é aquele que não deixa rastro.

A juíza Marcia Loureiro contou com a aprovação irrestrita do presidente do TJ, desembargador Ivo Sartori, que autorizou a PM a “reprimir força policial federal que eventualmente se opusesse à ação”. Ambos pertencem ao Tribunal que está assolado de denúncias de corrupção, super-salários e sonegação fiscal por parte de vários de seus desembargadores. Que moral e legitimidade têm eles para definir o destino de famílias trabalhadoras brasileiras?

Encontraram, porém, ombro amigo no governador e no prefeito de São José, ambos do PSDB. Vale lembrar, o mesmo partido do então governador do Pará que, em 1996, ordenou o massacre de Eldorado dos Carajás. Articularam e autorizaram a operação de guerra que, na calada da noite, tomou de assalto o Pinheirinho. O que ganharam com isso? A resposta está na lista de seus financiadores de campanha, recheadas de empreiteiras, incorporadoras, especuladores imobiliários e das empresas de Naji Nahas – que, junto com Daniel Dantas, esteve na vanguarda das privatizações do governo tucano de FHC.

Assim, o que uniu os agentes que trabalharam pelo despejo do Pinheirinho foi a prestação de um valioso serviço ao capital imobiliário. Essa ocupação representava uma verdadeira pedra no sapato, não apenas de Nahas, mas dos “empreendedores” imobiliários de São José dos Campos. Está localizada numa região de expansão imobiliária, onde ainda restam muitas áreas vazias, sob um forte assédio de construtoras e incorporadoras. Ora, nem é preciso dizer que pobres morando no entorno desvalorizam os futuros empreendimentos, em especial os condomínios para alta renda.

Por isso, o despejo do Pinheirinho era uma reivindicação antiga do capital imobiliário daquela região. Permitiria não só liberar a própria área da ocupação, como também valorizar as áreas dos bairros vizinhos. E principalmente no atual momento, em que São José passa por um processo especulativo de valorização de terras inédito, por ter sido contemplado pelo “Pacote Copa-2014”, por meio do trem bala, que passará por esta cidade.

Convenhamos então que nem o governador Alckmin, nem o prefeito Cury, nem mesmo os honoráveis magistrados do TJ-SP poderiam negar um pedido tão importante de amigos tão valiosos. A presidenta Dilma, que também teve sua campanha eleitoral fartamente financiada por construtoras, nada fez para impedir. Poderia ter desapropriado o terreno, mas não o fez. As cartas estavam marcadas.

Os editoriais de grandes jornais se apressaram em condenar os invasores de terra alheia e atribuir o conflito a interesses de partidos radicais, que teriam contaminado os pobres moradores. É preciso recordar àqueles que concordam com estes argumentos que a imensa maioria das periferias urbanas brasileiras resultou de processos de ocupação. Pela inexistência de política pública para a moradia, parte expressiva dos trabalhadores brasileiros nunca tiveram outra alternativa. Pretendem então despejar dezenas de milhões de famílias que vivem em áreas ocupadas?

Além disso, não é demais lembrar que a idéia dos “maus elementos radicais manipulando uma massa ingênua” foi o argumento preferido da ditadura militar para desqualificar os movimentos de resistência. Parte da tese conservadora de que o povo brasileiro é naturalmente pacato e resignado, só se movendo por influência externa.

Suponhamos, porém, juntamente com a Secretária de Justiça de São Paulo, Heloísa Arruda, que declarou que “a legalidade está acima dos direitos humanos”, que os “invasores” tivessem mesmo que ser despejados. Mesmo neste cenário, a questão poderia ter sido conduzida de forma muito diferente.

Basta tomarmos um exemplo recente, que ocorreu em Taboão da Serra, município da região metropolitana de São Paulo. No início de 2011, foi determinado o despejo de uma área ocupada por 900 famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Encarregado de fazer a desocupação, o Coronel Adilson Paes exigiu simplesmente que a lei fosse cumprida para os dois lados: exigiu do Poder Público a garantia de um local de alojamento para as famílias despejadas, bem como todos os meios necessários para o tratamento humano daquelas pessoas.

Logo após, por algum motivo obscuro, o Coronel Adilson foi afastado do comando do batalhão. Mesmo assim, sua postura foi suficiente para permitir que houvesse uma solução pacífica e negociada neste caso. Não estranharemos se o Coronel Messias, que comandou com mão de ferro e uma boa dose de sadismo, a operação de guerra do Pinheirinho receber – não um afastamento – mas alguma medalha ou promoção ao Comando Geral da polícia militar. É assim que as coisas funcionam.

É triste constatar que o que ocorreu no Pinheirinho não foi um fato isolado. Trata-se de expressão de uma política, conduzida pela especulação imobiliária e seus amigos no Estado, que coloca a valorização das terras e os lucros com os empreendimentos bem acima da vida humana. Este processo, aliás, tem se tornado cada vez mais cruel com as obras da Copa do Mundo 2014. Infelizmente, outros Pinheirinhos virão.
Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST, militante da Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos e da CSP Conlutas.
Valdir Martins (Marrom), liderança da comunidade do Pinheirinho (MUST), militante da Resistência Urbana – Frente Nacional de Movimentos e da CSP Conlutas.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Frente Antiprisional já tem blog

A frente antiprisional de Santa Catarina está disponibilizando informações sobre o que acontece no mundo dos presídios do estado. Informações, denúncias, debates sobre a questão prisional podem ser acompanhados diariamente. Hoje, em Santa Catarina, a população carcerária chega a 14.352 pessoas configurando 234 presos para cada 100 mil habitantes. A situação destas pessoas é a que vai ser acompanhada de perto pelas Brigadas Populares, assim como a luta das famílias por justiça e dignidade. A proposta de trabalho é assumir uma crítica radical da prisão como criminalização da pobreza e a busca de alternativas concretas para resolver problemas da população carcerária.

Temas como a defensoria pública, que hoje não existe no estado estarão em pauta também uma vez que a falta de atendimento jurídico, principalmente para as pessoas que não tem dinheiro para pagar é uma das principais causas da permanência de muita gente na prisão. Gente com delitos simples, muitas vezes passíveis de penas alternativas, que acaba cumprindo longas penas e se perdendo no universo perverso das cadeias e penitenciárias.

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Brigadas Populares de SC em Belo Horizonte

Militantes das Brigadas Populares de Santa Catarina estarão por uma semana inteira em Belo Horizonte acompanhando as atividades das Brigadas mineiras, em parceria com outros militantes do Rio de Janeiro. Depois da realização de uma semana de formação aqui em Florianópolis, agora é hora de vivenciar um pouco da luta desenvolvida na capital de Minas Gerais - berço das Brigadas Populares - que tem como ponto central a Frente de Luta Urbana. Os brigadistam também aproveitarão para acompanhar atividades de planejamento das frentes de Juventude e Antiprisional. Será um importante momento de trabalho e formação conjunta que serve para consolidar ainda mais a proposta de trabalho e luta.  

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Brava gente do Pinheirinho

A resistência do povo que luta por moradia.

PInheirinho - justiça suspende a reintegração

Por Luciana Candido, Diego Cruz e Viny Pessoa - direto de Pinheirinho
A tropa de Choque da PM já estava se perfilando próximo ao Pinheirinho. Os primeiros raios de sol começavam a dissipar o pesado ar escuro desta última madrugado quando o que parecia inacreditável aconteceu. Uma decisão da Justiça Federal impediu a desocupação das quase 10 mil pessoas do Pinheirinho. A decisão suspende temporariamente a ação da PM. Mas não há dúvida de que se trata de uma importante vitória do movimento.

A notícia chegou à comunidade às 5 horas e, imediatamente, o silêncio e a apreensão numa enorme e comovente explosão de alegria. “O Pinheirinho é nosso! O Pinheirinho é nosso!”, bradam esses valentes guerreiros e guerreiras. Por todos os lados se ouve explosões. Mas não são as bombas da PM. Sãos os fogos de artifícios que seriam usados para alertar os moradores da megaoperação da polícia que se transformaram em inevitável instrumento de comemoração. Toninho Donizete, advogado dos moradores do Pinheirinho, afirmou que um contigente de policiais que vinha de ônibus de Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo, foi obrigado a dar meia volta e retornar.

Os jornais desta terça-feira da região já davam como certa a desocupação. O Portal Vale informava que cerca de 1.800 policiais militares deveriam participar da operação, considerada a maior reintegração de posse da história do Estado. “Vocês estão apontando para o lado errado, os criminosos estão do outro lado das barricadas' dizia uma carta dos moradores aos policiais

Com a notícia, todos saíram às ruas. Marrom e Toninho foram carregado nos braços. Marrom, chegou a desmaiar após receber a notícia. Esperava o pior hoje. Não havia mais esperança. Agora eu to muito feliz porque eu quero criar os meus filhos aqui”, disse Maria de Fátima, que mora no Pinheirinho desde 2004.

Parabéns trabalhadores do Pinheirinho por essa importante vitória. A luta continua! Agora é lutar pela regularização do Pinheirinho. Vamos continuar mobilizados e comemorar essa importante vitória.

"O que poderia ser um momento trágico se tornou um momento maravilhoso. Parece Copa do mundo", disse Luis Carlos Prates, o Mancha. "Agora é pressionar a Prefeitura e o governo para regularizar o Pinheirinho", diz.


Fonte: http://www.pstu.org.br/

BP/SC reune Comissão Estadual

Já está atuando a pleno vapor em Santa Catarina a organização Brigadas Populares, que junta estudantes e lutadores sociais em várias frentes de luta na perspectiva de uma ação concreta na vida da cidade. Buscando superar a apatia e a domesticação, as Brigadas têm como eixo de atuação a construção do socialismo, a defesa do nacionalismo revolucionário e a constituição de uma nova maioria. Nascidas há quase uma década em Belo Horizonte, a partir da discussão do acesso à cidade, as Brigadas se fundiram, no ano passado, com mais algumas organizações que atuavam em outras cidades de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Hoje, se articulam em nível nacional e começam a responder a importantes demandas populares.
Em Santa Catarina já se organizam as Frentes de Reforma Urbana Urbana, de Juventude, Sindical e Anti-Prisional. Já no ano passado as Brigadas Populares realizaram um seminário com boa parte das forças que atuam no campo da luta urbana, fazendo um diagnóstico dos principais focos de resistência e ação na cidade. Agora, no início de janeiro, foi realizado outro seminário, desta vez de formação, buscando fortalecer nos militantes os eixos teóricos que articulam a ação das Brigadas.
Também em janeiro aconteceu a primeira reunião da Comissão Estadual juntando o secretariado de todas as frentes, brigadas e missões. Nesse encontro cada grupo expôs o trabalho que vem desenvolvendo e foram traçadas as linhas de ação para os próximos meses. Uma delas é a criação dos Círculos de Estudos Estratégicos, que vai manter os brigadistas sempre atualizados no campo teórico, uma vez que uma prática sem o estudo sistemático fica perdida no voluntarismo.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A força bruta em Teresina

Luta dos estudantes e populares pelo transporte coletivo barato e de qualidade. Como em todos os lugares do mundo, luta popular é coisa de polícia.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ataques contra los anarquistas y socialistas revolucionarios de Egipto

Por Movimiento Socialista Libertario - Egipto

Envalentonados por la aplastante victoria en las recientes elecciones parlamentarias, junto con los islamistas salafistas más radicales, la Hermandad Musulmana está ocupada ahora mismo en librarse de la futura oposición, es decir, de los socialistas. Es fácil saber porqué, si alguien mira las políticas que sus equivalentes en Túnez han adoptado una vez que están tranquilos en los nuevos escaños del parlamento. Queda mucho más claro cuando uno lee las declaraciones de prensa de sus líderes más destacados (en general hombres de negocios), especialmente las que describen las políticas financieras y económicas neoliberales del régimen de Mubarak como buenas y eficaces, afirmando que el único problema era que estaban apolilladas por la corrupción y un capitalismo anticuado.

Llegó el momento. Durante varias semanas, varios sitios de internet y páginas de Facebook que pertenecían a la Hermandad Musulmana (o Hermanos Musulmanes), ya fuera oficialmente o mediante sus miembros, había venido lanzando ataques contra los Anarquistas y los Socialistas Revolucionarios de Egipto intentando aislarlos como incitadores de la violencia y propagandistas de la demolición del Estado. Hoy, un miembro de la Hermandad ha demandado a tres socialistas, uno de ellos es el compañero Yaser Abdel Kawy, un conocido anarquista y miembro del Movimiento Socialista Libertario de Egipto. El fiscal general aprobó la demanda ante la Asamblea General de la Seguridad del Estado, un aparato de excepción del sistema legal que funciona sólo durante el Estado de Emergencia.

Era de esperar que sucediera esto. Aunque pocos en número, los anarquistas de Egipto han destacado mucho entre las diferentes fuerzas revolucionarias que han tomado parte en la revolución egipcia del 25 de Enero. A los anarquistas se los distingue bien en los medios sociales, pero lo más importante es que siempre están en la línea del frente en la calle dondequiera que estén los revolucionarios que se enfrenten al quiebre estrepitoso del Estado.

La difícil pero fuerte alianza entre la Hermandad y la Junta Militar dirigente ha sido evidente desde el principio. La Hermandad era la única fuerza política que tenía a uno de sus miembros en el comité legislativo responsable de preparar las modificaciones de la Constitución de 1971, aprobada en referéndum el 19 de marzo. La Hermandad rechazó tomar parte en casi todas las marchas contra el Consejo Superior de las Fuerzas Armadas (CSFA), y en muchos casos intentó disolver estas marchas y atacar a aquellos que las convocaban.

La Hermandad también había tomado una linea agresiva contra los trabajadores en su lucha contínua contra los amos, respaldados por la junta militar. Siempre han condenado las marchas obreras, las sentadas o las ocupaciones, y describen la lucha obrera por sus derechos como contra-revolucionaria y afirman que está incitada por los clientes del régimen de Mubarak.

Envalentonados por la aplastante victoria en las recientes elecciones parlamentarias, junto con los islamistas salafistas más radicales, la Hermandad Musulmana está ocupada ahora mismo en librarse de la futura oposición, es decir, de los socialistas. Es fácil saber porqué, si alguien mira las políticas que sus equivalentes en Túnez han adoptado una vez que están tranquilos en los nuevos escaños del parlamento. Queda mucho más claro cuando uno lee las declaraciones de prensa de sus líderes más destacados (en general hombres de negocios), especialmente las que describen las políticas financieras y económicas neoliberales del régimen de Mubarak como buenas y eficaces, afirmando que el único problema es que estaban apolilladas por la corrupción y un capitalismo anticuado.

Estamos seguros de que estos nuevos ataques del CSFA y de sus aliados islamistas no son sino el principio. Estamos entrando en una nueva fase de la revolución egipcia. Esta vez los verdaderos frentes del conflicto estarán claros para todos después de que hasta ahora solo estaban claros para unos pocos. La Revolución Egipcia sacará la verdadera cara de una guerra de clases entre nosotros, el proletariado, contra ellos, los amos, la junta militar y los islamistas conservadores fascistas.


Movimiento Socialista Libertario - Egipto

sábado, 7 de janeiro de 2012

Darci fala de Glauber

Brigada 21 de junho faz curso de formação

Os brigadistas se reúnem por seis dias seguidos para estudar vários temas divididos em quatro eixos:


1) Introdução a Teoria Marxista – visando entender as categorias fundamentais do marxismo (mais-valia, mercadoria, luta de classes, etc.). Os assessores serão o Diógenes e o Vitor. 


2) Introdução a Teoria Política: buscando entender as categorias fundamentais da Teoria Política que contribuem para a formação de um quadro político (tática, estratégia, vanguarda, etc.). O assessor é o Pedro Otoni das BP/MG.


3) História do Nacionalismo no Brasil: uma breve análise da trajetória e contribuição do nacionalismo no Brasil. O assessor é o Aurélio das BP/RJ.


4) Introdução a Teoria Marxista da Dependência: exposição dos fundamentos da TMD. O assessor é o Nildo Ouriques, do IELA/UFSC.