segunda-feira, 25 de junho de 2012

Brigadas Populares rechaçam golpe no Paraguai



As Brigadas Populares de Santa Catarina rechaçam de forma total o golpe parlamentar perpetrado no país irmão, Paraguai. Sem direito à defesa, o presidente Fernando Lugo foi acusado, julgado e condenado em menos de 24 horas. Seu delito, conforme os discursos ouvidos no Senado da Nação foi o de não controlar as forças policiais e permitir o massacre de 17 pessoas na região de Curuguaty, onde aconteceu um conflito por terra, numa propriedade que não por acaso, era de um dos senadores.
O Paraguai é um país onde a concentração agrária é gritante. Durante a ditadura militar que mergulhou o país num tempo de escuridão, o então ditador Stroessner desalojou centenas de pequenos produtores, distribuindo mais de 10 milhões de hectares de terra aos seus amigos, hoje a elite agrária do Paraguai. A mesma que não aceita a ação de um governo que quer distribuir melhor a terra.
É bom salientar que o presidente Fernando Lugo dirigia um governo bastante enfraquecido, por não ter conseguido maioria parlamentar, o que permitiu que praticamente todas as ações mais populares acabassem no vazio.  Tendo a sua liderança nascida no movimento popular, Lugo foi o tempo todo acossado pela elite vende-pátria, tradicionalmente colada a ideia de apoio total à dominação estrangeira no país. Assim, os partidos tradicionais, derrotados na eleição presidencial, mas não no parlamento, foram desenhando, junto com a ajuda do serviço secreto estadunidense e das transnacionais ligadas ao campo – como a Monsanto – uma forma de se livrar de uma vez por todas do presidente.
O acontecimento de Curuguaty também está cercado de mistério, afinal não tão misterioso assim. Fala-se da ação de gente infiltrada junto aos camponeses que teria começado o confronto para provocar o sucedido. É certo que os trabalhadores rurais vinham se organizando em processos de luta importante no Paraguai. Estava em curso um trabalho de organização e conscientização das famílias que buscavam retomar suas terras, perdidas ao longo da ditadura. E isso a elite latifundiária não poderia permitir. Assim, com a sempre a mão ajuda estrangeira, foi gestando o golpe. Aliados à elite agrária, também estavam os narcotraficantes e dirigentes de máfias bem urdidas, que ao longo dos anos encheram os bolsos de dinheiro à custa do povo.
O golpe de estado no Paraguai é mais um alerta para toda a América latina, pois mostra como o império se rearticula e vai retomando o espaço perdido para governos mais progressistas. O início desse contra-ataque se configurou no Haiti, quando Jean Aristide foi deposto e o país ocupado. Depois, Honduras, quando Mel Zelaya pendeu para a órbita da ALBA. Agora, o Paraguai, aproveitando-se da fraqueza do governo. Isso mostra que nem o império, nem as elites entreguistas nacionais estão dormindo.
O golpe no Paraguai deve ser repudiado e os trabalhadores de toda a América Latina precisam ficar atentos e alerta para defender as conquistas que, ainda insuficiente, vão se produzindo nos mais variados cantões do continente.
Força Paraguai. Estamos com o povo! Em luta e alerta!  

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