Por elaine tavares - trabalhadora na UFSC
Desde os sempre lembrados anos 80 – quando a Fasubra era verdadeiramente um instrumento de luta da classe trabalhadora – que o Sindicato de Santa Catarina tem a mesma posição: jamais permitir que as correntes políticas, no mais das vezes reprodutora das políticas dos partidos, se sobreponham aos interesses da categoria. Repetimos: nunca fomos contra os trabalhadores se organizarem em correntes ou tendências. Isso é legítimo e até bom. Mas os interesses partidários que as correntes defendem devem ficar subordinados à categoria e não o contrário. Infelizmente não é o que historicamente acontece na Fasubra.
Mas, apesar de na federação as correntes seguirem fazendo seu papel de impor uma razão partidária, em Santa Catarina sempre agimos diferente. Ao disputar uma vaga de delegado ao Congresso da Federação o que se faz é discutir ideias e não partidos ou pessoas. Primeiro verifica-se o que nas teses das mais diversas correntes são pontos consensuais, que Santa Catarina também defende. Depois se destacam as polêmicas. E é sobre as polêmicas que discutimos e deliberamos.
Esse ano, os pontos polêmicos eram a posição da Fasubra diante do governo federal, a questão da CUT, a relação com os demais trabalhadores e as eleições diretas na Federação. Sobre esses quatro pontos a assembleia discutiu e tomou posição: contra o governismo que barra as lutas, contra a CUT que não representa mais a luta dos trabalhadores das universidades, pela eleição direta na federação e por uma aproximação maior com os demais trabalhadores públicos e privados. Depois de definidos os pontos sobre os quais os delegados eleitos iriam agir no Congresso da Fasubra passou-se a eleição dos delegados que sempre é em chapa única, porque os delegados vão ao congresso defender os pontos deliberados pela categoria. Não atuamos na lógica das correntes. Atuamos na lógica das ideias, o que é mais saudável e democrático. A categoria decide e não importa o nome de quem vai: sabe-se que o delegado eleito irá defender as propostas de todos, as que foram vitoriosas.
A questão é: Em que isso fere o estatuto da Federação? Em nada. Somos uma entidade autônoma e soberana e temos todo o direito de definir as regras da nossa representação. E por que Santa Catarina fica de fora do congresso quando se organiza democraticamente enquanto outros sindicatos – que estão amarrados a correntes – podem descumprir as regras? O que interessa à Federação? Que os sindicatos sejam livres e soberanos, ou que apenas sejam correntes de transmissão dessa ou daquela corrente?
A decisão da Fasubra de deixar Santa Catarina de fora do congresso não só representa uma intervenção na autonomia da entidade Sintufsc, como também mostra toda a hipocrisia que determina a relação de poder hoje hegemônica na federação. Tudo o que está colocado no estatuto da entidade sobre democracia, soberania, autonomia cai por terra quando os interesses partidários acabam se sobrepondo ao que a maioria que hoje domina a federação quer.
O governismo que grassa na Fasubra já causou estragos demais à categoria. Desde 2003 que a federação virou suas velas para o apoio ao governo Lula sem se importar se isso iria desestruturar, desunir e destruir a frágil tessitura da categoria dos Técnicos-Administrativos. O que passou a importar foi a blindagem e o apoio descarado ao governo, mesmo que para isso parte da categoria tivesse de ir para o matadouro. A direção da Fasubra – e aí se incluem todos os diretores porque mesmo os minoritários que se opõe acabam respaldando a política geral, porque derrotados - é a responsável por todas as desgraças que hoje se abatem pelos trabalhadores. Não há carreira, a malha salarial é diferenciada e injusta, a racionalização não veio, os aposentados estão esmagados.
A Fasubra perdeu sua radicalidade, a Fasubra representa hoje os interesses de um único grupo – que segue se perpetuando na direção por conta de regimentos engessantes e anti-democráticos bem aos moldes da CUT. A Fasubra prefere apoiar o governo que fazer a luta com seus companheiros trabalhadores. A Fasubra é um entrave ao avanço das conquistas trabalhistas necessárias num mundo em que o capital estrangeiro e bancário sugam 68% do orçamento nacional (com o pagamento dos juros da dívida).
Santa Catarina repudia e abomina a decisão da Fasubra porque, além de ilegal ( já que não há descumprimento do estatuto), é desonesta. Santa Catarina tem uma tradição na federação de respeito, de assiduidade, de cumprimento das regras. Nunca se soube de Santa Catarina estar em atraso financeiro ou em descumprimento das linhas de ação. Somos um estado aguerrido, uma categoria de luta. Apenas temos sido os críticos mais radicais da linha política de parceria com o governo e certamente é isso que leva a essa atitude desrespeitosa por parte da federação.
Ou a Federação revê a decisão, ou haveremos nós, os trabalhadores de Santa Catarina, de tomar as medidas necessárias para reverter mais esse absurdo. A forma como a Fasubra vem sendo conduzida hoje só reforça a perpetuação de determinadas pessoas nos cargos. Tudo pelo aparelho e a categoria que se exploda. É assim que tem sido.
Desde os sempre lembrados anos 80 – quando a Fasubra era verdadeiramente um instrumento de luta da classe trabalhadora – que o Sindicato de Santa Catarina tem a mesma posição: jamais permitir que as correntes políticas, no mais das vezes reprodutora das políticas dos partidos, se sobreponham aos interesses da categoria. Repetimos: nunca fomos contra os trabalhadores se organizarem em correntes ou tendências. Isso é legítimo e até bom. Mas os interesses partidários que as correntes defendem devem ficar subordinados à categoria e não o contrário. Infelizmente não é o que historicamente acontece na Fasubra.
Mas, apesar de na federação as correntes seguirem fazendo seu papel de impor uma razão partidária, em Santa Catarina sempre agimos diferente. Ao disputar uma vaga de delegado ao Congresso da Federação o que se faz é discutir ideias e não partidos ou pessoas. Primeiro verifica-se o que nas teses das mais diversas correntes são pontos consensuais, que Santa Catarina também defende. Depois se destacam as polêmicas. E é sobre as polêmicas que discutimos e deliberamos.
Esse ano, os pontos polêmicos eram a posição da Fasubra diante do governo federal, a questão da CUT, a relação com os demais trabalhadores e as eleições diretas na Federação. Sobre esses quatro pontos a assembleia discutiu e tomou posição: contra o governismo que barra as lutas, contra a CUT que não representa mais a luta dos trabalhadores das universidades, pela eleição direta na federação e por uma aproximação maior com os demais trabalhadores públicos e privados. Depois de definidos os pontos sobre os quais os delegados eleitos iriam agir no Congresso da Fasubra passou-se a eleição dos delegados que sempre é em chapa única, porque os delegados vão ao congresso defender os pontos deliberados pela categoria. Não atuamos na lógica das correntes. Atuamos na lógica das ideias, o que é mais saudável e democrático. A categoria decide e não importa o nome de quem vai: sabe-se que o delegado eleito irá defender as propostas de todos, as que foram vitoriosas.
A questão é: Em que isso fere o estatuto da Federação? Em nada. Somos uma entidade autônoma e soberana e temos todo o direito de definir as regras da nossa representação. E por que Santa Catarina fica de fora do congresso quando se organiza democraticamente enquanto outros sindicatos – que estão amarrados a correntes – podem descumprir as regras? O que interessa à Federação? Que os sindicatos sejam livres e soberanos, ou que apenas sejam correntes de transmissão dessa ou daquela corrente?
A decisão da Fasubra de deixar Santa Catarina de fora do congresso não só representa uma intervenção na autonomia da entidade Sintufsc, como também mostra toda a hipocrisia que determina a relação de poder hoje hegemônica na federação. Tudo o que está colocado no estatuto da entidade sobre democracia, soberania, autonomia cai por terra quando os interesses partidários acabam se sobrepondo ao que a maioria que hoje domina a federação quer.
O governismo que grassa na Fasubra já causou estragos demais à categoria. Desde 2003 que a federação virou suas velas para o apoio ao governo Lula sem se importar se isso iria desestruturar, desunir e destruir a frágil tessitura da categoria dos Técnicos-Administrativos. O que passou a importar foi a blindagem e o apoio descarado ao governo, mesmo que para isso parte da categoria tivesse de ir para o matadouro. A direção da Fasubra – e aí se incluem todos os diretores porque mesmo os minoritários que se opõe acabam respaldando a política geral, porque derrotados - é a responsável por todas as desgraças que hoje se abatem pelos trabalhadores. Não há carreira, a malha salarial é diferenciada e injusta, a racionalização não veio, os aposentados estão esmagados.
A Fasubra perdeu sua radicalidade, a Fasubra representa hoje os interesses de um único grupo – que segue se perpetuando na direção por conta de regimentos engessantes e anti-democráticos bem aos moldes da CUT. A Fasubra prefere apoiar o governo que fazer a luta com seus companheiros trabalhadores. A Fasubra é um entrave ao avanço das conquistas trabalhistas necessárias num mundo em que o capital estrangeiro e bancário sugam 68% do orçamento nacional (com o pagamento dos juros da dívida).
Santa Catarina repudia e abomina a decisão da Fasubra porque, além de ilegal ( já que não há descumprimento do estatuto), é desonesta. Santa Catarina tem uma tradição na federação de respeito, de assiduidade, de cumprimento das regras. Nunca se soube de Santa Catarina estar em atraso financeiro ou em descumprimento das linhas de ação. Somos um estado aguerrido, uma categoria de luta. Apenas temos sido os críticos mais radicais da linha política de parceria com o governo e certamente é isso que leva a essa atitude desrespeitosa por parte da federação.
Ou a Federação revê a decisão, ou haveremos nós, os trabalhadores de Santa Catarina, de tomar as medidas necessárias para reverter mais esse absurdo. A forma como a Fasubra vem sendo conduzida hoje só reforça a perpetuação de determinadas pessoas nos cargos. Tudo pelo aparelho e a categoria que se exploda. É assim que tem sido.
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