Nos dias 24 e 25 de abril, os estudantes de graduação da UFSC elegerão 21 delegados para representá-los no 53º Congresso da UNE, quando será eleita a diretoria da entidade até 2015. Como o costume dos últimos anos, as eleições estão sendo marcadas por um desinteresse geral dos estudantes e centros acadêmicos. São poucas as passagens em sala, os cartazes, o debate político.
Pode-se interpretar que os estudantes são despolitizados, mas os fatos demonstram que são, na verdade, extremamente racionais. No plano nacional, a UNE é dirigida há décadas por setores ligados ao atual Governo e a mínima capacidade de mobilização que possui é concentrada na estrita defesa das políticas federais. Na UFSC, isso se expressa na ausência da entidade nas principais lutas que ocorreram em nossa universidade nos últimos anos. Não estavam por aqui durante a greve, o fechamento do Restaurante Universitário, o adiamento de início do semestre letivo. Limitam-se a aparecer nos períodos de eleição para tirar delegados e, por vezes, em eleições de DCE e CAs para manter sua hegemonia no movimento estudantil.
Ora, se a UNE aparece na UFSC apenas a cada dois anos com urnas, é evidente que os estudantes não participarão do processo. Esta é a realidade na grande maioria das universidades brasileiras e por este motivo as regras foram alteradas em 2011: se 5% dos estudantes comparecerem às urnas, a eleição é válida.
Neste contexto, cresce o setor que tem lutado cotidianamente contra a domesticação da UNE, a Oposição de Esquerda. Presente nas principais lutas estudantis que ocorreram no país nos últimos anos, é o setor que realiza o esforço de disputar a UNE para que a entidade torne-se novamente combativa e com capacidade de mobilizar grandes massas estudantis, que jogue um papel importante na definição de políticas para a educação e juventude.
Na UFSC, a Oposição de Esquerda é representada pela chapa 3 – Uma Outra UNE é Possível. Manifestamos nosso apoio a esta chapa para construirmos uma UNE diferente, com vínculos estreitos com suas bases, com capacidade de mobilização estudantil e independência política.
Brigadas Populares
Tenho respeito pela militância e pelos referenciais teóricos das Brigadas Populares e tenho compromisso com a sinceridade. Em nome disso escrevo.
ResponderExcluirA oposição de esquerda não tem independência política. Tod@s sabemos que ela é hegemonizada pelo PSOL. E o PSol não é um partido que pratique independência política, nem financeira, nem ideológica. Fazem alianças com setores conservadores em diferentes regiões do país e são financiados pelas mesmas empresas que financiam a direita e o campo majoritário do PT.
Temos dito que o PSol já tem os mesmos defeitos que o setor majoritário do PT, sem ter as mesmas qualidades. O psol se alia com a direita, é financiado por grandes empresas, vacila em temas polêmicos como a legalização do aborto e das drogas e tem uma prática recorrente de enganar as pessoas na base, além de dar muito discurso e fazer quase nada pra mudar a realidade. POr outro lado, diferente do PT, o PSOL não é de massas, não polariza com a diretia, não é referência partidária para a classe trabalhadora, não tem militância nos mais diversos setores, desde indigenistas, feministas, cristãos,sindicalistas de toda "espécie", sem terra, sem teto, povo pobre, de um modo geral,tal como o PT tem.
É claro que eu falo desde um lugar: sou da AE/PT do RS(onde a esqueda do PT existe e é forte e o PSol é um engôdo), e conheço de perto a realidade da UNE.
Devo dizer que, além do campo adesista(PCdoB e aliados) e do campo da oposição de esquerda(PSOL, PCR, ...), está se conformando o campo popular da UNE, que se preocupa em defender a necessária combatividade e autonomia da entidade em relação a governos e a partidos, em que pese estar sendo formado pela esquerda do PT(OT, MS, AE e EPS) e pelo Levante Popular da Juventude (Consulta), basicamente.
Compreendo e valorizo a postura de vocês em serem críticos à entidade que só aparece em período eleitoral, que engana @s estudantes e que nunca está presente nas lutas cotidianas das universidades. Eu diria que essa realidade é ainda mais perversa, acreditem, nas universidades privadas, como a que eu estudo.
Reconquistar a UNE para a luta(que é o nome da nossa tese), em minha opinião, é uma tarefa árdua, porém possível e urgente. E passa, necessariamente, pela reinvenção dos métodos do tradicionais do ME, atualmente despreocupado com a realidade concreta das massas estudantis e focado na construção dos partidos, seja de esquerda ou de direita.
Perdão pela delonga!
Um abraço.
Tábata(da articulação de esquerda, do PT).