Houve modesto avanço na reunião que aconteceu nesta quarta-feira (31) na sede da Superintendência do Patrimônio da União do Estado de Santa Catarina (SPU), em Florianópolis.
A superintendência manteve a posição de destinar o terreno da avenida das Torres à moradias de interesse social. Atualmente, o terreno pertence à União e está sendo ocupado pela Polícia Rodoviária Federal.
No entanto, para que isso aconteça é necessário autorização do Ministério do Planejamento, que só será obtida mediante a apresentação de um estudo de viabilidade, um orçamento aprovado pela Caixa e outros documentos que deem garantias de que o assentamento das famílias é viável. ´
Dentre os presentes na reunião, somente a AHDC possui condições econômicas e técnicas para apresentar o estudo de viabilidade.
Um fato animador é que já existe um termo de cooperação técnica firmado entre a AHDC, a SPU e a prefeitura de São José com o objetivo de resolver este problema no médio prazo --mas não foram apresentadas soluções imediatas para os desabrigados.
Estavam presentes representantes da própria superintendência, da prefeitura de São José, da Caixa Econômica Federal, da AHCD (cooperativa de construção), do Movimento Sem Terra, das Brigadas Populares, do Conselho Municipal da Habitação de Interesse Municipal e o vereador recém-eleito, Lino Perez.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Prefeitura de São José não dá alternativas ao Ginásio do Jardim Zanelatto
Durante a reunião de hoje na SPU, a prefeitura não ofereceu nenhuma alternativa imediata para as pessoas que estão vivendo no Ginásio Municipal Jardim Zanelatto desde o dia 10 de outubro, quando a administração do município executou a ação de despejo.
A situação das famílias, que há 21 dias vivem em condições precárias de alojamento, está insustentável.
Na última segunda-feira (29), a água acabou ao meio-dia e as famílias passaram o dia precisaram da ajuda da defesa civil de São José para superar o problema. Os desabrigados estão dependendo de doações de alimentos, artigos de higiene e roupas para viver.
A situação das famílias, que há 21 dias vivem em condições precárias de alojamento, está insustentável.
Na última segunda-feira (29), a água acabou ao meio-dia e as famílias passaram o dia precisaram da ajuda da defesa civil de São José para superar o problema. Os desabrigados estão dependendo de doações de alimentos, artigos de higiene e roupas para viver.
Caso da comunidade de José Nitro, São José, foi tema de debate no CED-UFSC nesta terça-feira
Aconteceu nesta terça-feira uma mesa com o tema "O Direito à Cidade e a Luta por Moradia", o caso da comunidade de José Nitro, em São José", no auditório do CED (Centro de Ciências da Educação).
O seminário foi promovido pelo Caligeo (Centro Acadêmico Livre de Geografia da UFSC) e compuseram a mesa:
- Professor Elson Manoel Pereira do curso de Geografia da UFSC
- Juliana da Rosa e Leomar Amaral, representantes da comunidade de José Nitro e arredores, que apresentarão como se deu o processo de despejo das famílias e como está a situação atual, enquanto se encontram temporariamente em um ginásio no bairro Jardim Zanelato
- Lívia Corigliano, estudante de Geografia, representando a AGB-Florianópolis e apresentando a possibilidade de atuação através de nossa organização política, a Associação dos Geógrafos Brasileiros.
Confira as fotos do debate aqui.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Um primeiro passo: Prefeitura e SPU marcam reunião com as famílias da comunidade do José Nitro nesta quarta-feira
Hoje faz 20 dias que a comunidade do José Nitro foi despejada e está abrigada no Ginásio Municipal Jardim Zanelatto, em São José (SC). E somente agora o Movimento de Moradia conseguiu marcar muma reunião com a prefeitura de São José e com a Superintendência do Patrimônio da União do Estado de Santa Catarina (SPU) para discutir o projeto habitacional da cidade com a as famílias desalojadas.
A reunião é fechada e está marcada para quarta-feira (31/10), às 14 horas, na sede da SPU, em Florianópolis.
Além de representantes da SPU e da prefeitura de São José, estarão presentes membros das Brigadas Populares, do Movimento Sem Terra (MST), da Caixa Econômica Federal e parlamentares da Rede de Apoio.
Para entender melhor o problema criado pelo ex-prefeito de São José Djalma Berger (PMDB), leia "A promessa de um prefeito irresponsável e uma necessidade básica" ou assista ao documentário "A casa que o prefeito deu para nós".
Para colaborar com a comunidade, participe da campanha de solidariedade e conheça o Diário dos Desalojados da Comunidade José Nitro, no Facebook.
A reunião é fechada e está marcada para quarta-feira (31/10), às 14 horas, na sede da SPU, em Florianópolis.
Além de representantes da SPU e da prefeitura de São José, estarão presentes membros das Brigadas Populares, do Movimento Sem Terra (MST), da Caixa Econômica Federal e parlamentares da Rede de Apoio.
Para entender melhor o problema criado pelo ex-prefeito de São José Djalma Berger (PMDB), leia "A promessa de um prefeito irresponsável e uma necessidade básica" ou assista ao documentário "A casa que o prefeito deu para nós".
Para colaborar com a comunidade, participe da campanha de solidariedade e conheça o Diário dos Desalojados da Comunidade José Nitro, no Facebook.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Pula, pula, pula, numa perna só! No dia 31, viva o Saci-Pererê e o folclore brasileiro!
Venha Celebrar o Dia Nacional do Saci-Pererê. A promoção é do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal do Estado de Santa Catarina (Sintrajusc), com apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) e da Revista Pobres & Nojentas.
A lenda é assim! Basta que exista um bambuzal e, de repente, de dentro dos caniços, nascem os sacis. É como eles vêm ao mundo, dispostos a fazer estripulias. Conta a história que esses seres já existiam bem antes do tempo que os portugueses invadiram nossas terras. Ele nasceu índio, moleque das matas, guardião da floresta, a voejar pelos espaços infinitos do mundo Tupi-Guarani. Depois, vieram os brancos, a ocupação, e a memória do ser encantado foi se apagando na medida em que os próprios povos originários foram sendo dizimados.
Quando milhares de negros, caçados na África e trazidos à força como
escravos, chegaram no já colonizado Brasil, houve uma redescoberta. Da
memória dos índios, os negros escravos recuperaram o moleque libertário,
conhecedor dos caminhos, brincalhão e irreverente. Aquele mito
originário era como um sopro de alegria na vida sofrida de quem se
arrastava com o peso das correntes da escravidão.
Então, o moleque índio ficou preto, perdeu uma perna e ganhou um barrete vermelho, símbolo máximo da liberdade. Ele era tudo o que o escravo queria ser: livre! Desde então, essa figura adorável faz parte do imaginário das gentes nascidas no Brasil.
O Saci-Pererê é a própria rebeldia, a alegria, a liberdade. Com o processo de colonização cultural via Estados Unidos – uma nova escravidão - foi entrando devagar, na vida das crianças brasileiras, um outro mito, alienígena, forasteiro. O mito do Haloween, a hora da bruxa e da abóbora, lanterna de Jack, o homem que fez acordo com o diabo.
A história é bonita, mas não é nossa. Tem raízes irlandesas e virou dia de frenéticas compras nos EUA e também no Brasil. Na verdade, a lógica é essa. Ficar cada vez mais escravo do consumo e da cultura alheia. Jeito antigo de colonizar as mentes e dominar. É por isso que a Pobres & Nojentas quer recuperar o Saci, o brasileiro moleque das matas, guardião da liberdade, amante da natureza que hoje está ameaçada de destruição.
Queremos vida digna, um país soberano na política, na economia, na arte e na cultura. Cada região deste Brasil tem seus próprios mitos. Caipora, Boitatá, Curupira, Bruxa, Negrinho do Pastoreio... São os amigos do Saci que estão presentes na atividade do Dia do Saci Pererê, saudando e buscando a liberdade.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Brigadas Populares defendem o voto nulo em Florianópolis
ELSON, AFRÂNIO E LINO, UMA VITÓRIA PARA
CIDADE!
Desde o início
colocamos que as três principais candidaturas pouco avançavam em um projeto de
cidade que rompesse com o interesse do Capital Imobiliário. O rebaixamento da
campanha de Ângela Albino, a ponto de apoiar Gean Loureiro nesse segundo turno,
demonstrou com quem sua campanha e seu partido estão realmente comprometidos.
Porém, o rechaço ao mais do mesmo foi um fato notável: 23% da população
disseram NÃO à política tradicional, 10% se negaram a participar do processo
eleitoral e 15% escolheram Elson, afirmando que a população quer um novo projeto
de cidade.
Isso gera um desafio
para a esquerda da cidade. Apesar de um bom resultado nas urnas, o crescimento
do PSOL não expressa organização popular. Percebemos isso pelo seu desempenho
na eleição de vereadores, na qual, dos 35 mil votos do Elson, apenas 12 mil
reverteram para o seu partido. Considerando a baixa votação dos demais partidos
de oposição, é provável que diversas pessoas votaram 50 em protesto para
prefeito e elegeram a direita para vereador. Apesar disso, o desempenho do PSOL
foi extremamente importante para os setores populares, pois apresentou uma
alternativa à esquerda para a cidade. Precisamos agora transformar a indignação
em movimentação por mudança.
Para
potencializar essa ação, tivemos duas grandes vitórias na câmara de vereador. A
eleição dos vereadores Lino Peres e Afrânio Boppré abre um espaço vital para
que a esquerda da cidade possa intervir na câmara de vereadores. A eleição de
Lino Peres merece destaque, pois demonstrou que um trabalho coerente junto aos
movimentos populares tem a capacidade de enfrentar a máquina partidária. O
candidato do PT financiado pela prefeitura, Márcio de Souza, recebeu apenas
1276 votos, enquanto Lino, com uma campanha independente, fez 2174. Essa
aceitação é fruto do trabalho de diversos militantes, nos quais nos incluímos,
que apostaram que o povo não é burro e, ao contrário do que muitos diziam,
escolheriam por quem demonstrou estar do seu lado no dia a dia.
É imprescindível
que os movimentos populares reivindiquem esses mandatos, criem ferramentas de
diálogo sistemático com esses poderes. É necessário que esses dois vereadores
constituam uma Frente Parlamentar de Esquerda, que sirva de espaço para unir os
diversos setores sociais que lutam por uma cidade diferente.
É importante
ressaltar que, apesar dessa vitória, a eleição na câmara dos vereadores
demonstrou que a esquerda ainda não conseguiu se afirmar como resposta à
negação do projeto de cidade das oligarquias. Apesar da votação expressiva no
Elson, o PSOL recebeu poucos votos. Mesmo com a pretensa “esquerda” tradicional
ficando em terceiro colocado, a coligação de Ângela Albino só conseguiu eleger
3 vereadores, sendo um deles representante da Igreja Universal. Os “comunistas”
do PC do B precisarão rezar para ter seus interesses atendidos e os setores
populares enfrentarão uma câmara ainda mais reacionária. Apesar da não eleição
de alguns bandidos, como Jaime Tonello, João da Bega e Norberto, 20 vereadores
são ligados aos setores conservadores. A
Câmara aumentou, nessas eleições, de 16 para 23 cadeiras e não houve aumento
proporcional para a esquerda. Conseguimos 2 aliados na câmara, porém teremos
mais 7 inimigos.
O MITO DA INVIABILIZAÇÃO DA “ÚNICA
CANDIDATURA DE ESQUERDA”
Rechaçamos qualquer afirmação ou insinuação
de que nos unimos ao grupo que inviabilizou a única “candidatura de esquerda da
disputa”, como alguns têm se referido à Ângela Albino, do PC do B. Em primeiro
lugar, isso não é verdade porque sua candidatura não foi de esquerda, não tinha
um projeto de cidade de esquerda e, portanto, não era digna de nosso esforço de
campanha nem do nosso voto.
Não foi de esquerda porque, coerente ao seu
partido, tinha um projeto desenvolvimentista para a cidade. Ou seja, o PC do B
defendeu claramente uma cidade para ricos, que os setores de tecnologia, do
turismo e as construtoras crescessem, desde que os pobres tenham um ou outro
ganho. Sua campanha foi tão próxima dos interesses da nova elite ligada à
construção civil quanto os outros dois candidatos que continuam na disputa
eleitoral.
É importante lembrar que, apesar da
falência de Ângela, havia em sua coligação bravos lutadores populares que se
candidataram pela sua coligação. A estratégia de Ângela gerou recuos para a
esquerda na câmara, pois se o PC do B não tivesse se aliado com os partidos
ligados à igrejas evangélicas, seria possível eleger mais uma aliada do
movimento popular, a candidata e militante Beatriz (PC do B), em vez do bispo
Jerônimo Alves (PRB).
SEGUNDO TURNO
As Brigadas Populares, junto a outros
setores da esquerda de Florianópolis, defendem e incentivam o Voto Nulo neste
segundo turno das eleições municipais, consciente de que essa opção política
não permite alterar o cenário eleitoral que está dado. O motivo dessa decisão é
simples: não há diferença entre as duas candidaturas que estão colocadas.
O primeiro candidato, apoiado pela
situação, é Gean Loureiro (PMDB), afilhado político do prefeito e segundo em
comando na Prefeitura. Sua trajetória política e sua campanha indicam que seu
governo será uma continuidade do projeto que vem sendo construído por Dário
Berger nos últimos oito anos. Este grupo político representa a nova direita,
que atua muito mais na lógica dos negócios do que ideologicamente, ou seja, o
objetivo de conquistar o poder da cidade é usá-la como instrumento para
enriquecimento pessoal e o crescimento de suas empresas e de parceiros.
A segunda opção é formada por uma dupla de
representantes jovens da velha política de direita que domina o cenário
estadual há algumas décadas. O candidato a prefeito é César Souza Júnior (PSD),
filho de um dos mais populares apresentadores de televisão local. Ele iniciou
sua carreira política no PFL (posterior DEM), e é defensor do projeto de cidade
que defende uma Florianópolis com mais turismo de luxo e grandes
empreendimentos.
Logo, é evidente que esse segundo turno não
nos interessa. Nossos sonhos não cabem nas urnas e sempre tivemos claro que a
mudança vem do povo organizado e não das eleições. Avançamos a participação do
processo eleitoral, mas agora é colocar o bloco na rua e construir uma
alternativa de esquerda para a cidade! Rumo ao poder popular!
Pátria livre! Venceremos!
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Assembleia das famílias em luta por moradia em São José - 23/10
Assembleia lotada nesta terça-feira (23/10) mostra a força e determinação do Movimento de Luta pelo Direito à Moradia no Jardim Zanelatto, em São José.
O Centro de Mídia Independente (CMI) registrou o momento. Confira aqui as fotos.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
A casa que o prefeito deu pra nós
Em solidariedade a luta das famílias despejadas da comunidade de José Nitro, Jardim Zanelatto e arredores (cidade de São José, SC) o CMI-Floripa publica o vídeo "A casa que o Prefeito deu para nós".
O curta tem pouco mais de 15 minutos e, a partir do relato das/os desalojadas/os, conta a história de uma promessa feita pelo prefeito Djalma Berger que acabou desestruturando a vida de 200 famílias.
Video: https://vimeo.com/51933986
O curta tem pouco mais de 15 minutos e, a partir do relato das/os desalojadas/os, conta a história de uma promessa feita pelo prefeito Djalma Berger que acabou desestruturando a vida de 200 famílias.
Video: https://vimeo.com/51933986
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Feijoada do povão: confraternização do povo em luta!
Vejam as fotos em
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.253807991407887.58675.100003360638295&type=1
A promessa de um prefeito irresponsável e uma necessidade básica
Carta pública do movimento de moradia de Florianópolis sobre o
desalojamento no José Nitro, em São José (SC)
A promessa de um
dos candidatos a prefeito de São José (SC), no início deste mês de outubro,
destruiu os sonhos e desestruturou a rotina de cerca de 200 famílias do bairro
José Nitro, Jardim Zanelatto e seu entorno.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Prefeitura não apresenta proposta para
as famílias sem teto do norte da ilha
No último dia 18, 8 pessoas sem
teto representando as 60 famílias despejadas pela prefeitura da beira do rio
Papaquara foram até o conselho de habitação de Florianópolis na esperança de que este fórum,
este “conselho de direito”, acolhesse a sua reivindicação e obrigasse a
prefeitura a apresentar uma solução imediatamente.
A primeira batalha foi incluir o
assunto na pauta. Apesar de ter sido solicitada na última reunião do conselho
pelo representante do norte da ilha – o seu Nivaldo da vila do Arvoredo – ,a
prefeitura não incluiu na pauta e queria empurrar o assunto para uma próxima
reunião mesmo sabendo que 8 pessoas haviam ido até ali apenas para tratar deste
assunto. Assim, a inclusão como ponto de pauta teve que ser na pressão feita
pelos conselheiros da representação comunitária e popular sobre a prefeitura.
Aberta a palavra as famílias apontaram todas as dificuldades enfrentadas desde janeiro de 2011 quando a
prefeitura demoliu suas casas e denunciaram a completa omissão da prefeitura
neste último um ano e meio. Os moradores despejados que se pronunciaram
deixaram bem claro que a situação foi criada pela prefeitura que não cumpriu o
acordo feito à época.
No entanto, tudo que o secretário
de habitação apresentou foi a promessa de que estas famílias seriam tratadas
como “prioridade” no plano de habitação. Afirmou que não há possibilidade de
conceder o aluguel social e que eles seriam a prioridade de um projeto de 15
anos!
Mais uma vez a prefeitura deixa
claro que não há política habitacional para famílias de baixa renda, pois
sequer consegue resolver emergências criadas por ela mesma. Afinal estas
famílias tinham casa própria e foram expulsas (removidas) pela prefeitura sob o
acordo de que após os 6 meses de aluguel elas estariam de casa nova. Na
verdade, a prefeitura deixa claro que sua política habitacional é somente de
remoção das famílias pobres.
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