Ocupação Contestado marcha até a prefeitura de São José. Foto: Diogo G. Andrade |
O motivo da manifestação foi a cobrança de uma reunião com a atual prefeita da cidade, Adeliana dal Pont. Ela prometeu, no último dia 20/02, marcar uma conversa com representantes da comunidade no período de duas semanas –prazo que se encerrou ontem.
A reunião ficou marcada para o dia 13/03, próxima quarta-feira.
Enrolação de dois meses
Moradores da Ocupação entram na prefeitura. Foto: Diogo G. Andrade |
Diante da promessa, membros da coordenação procuraram secretários da prefeitura durante os últimos 15 dias para saber a data desse encontro. As respostas foram desculpas, incertezas e adiamentos, ou seja, tudo apontava para mais uma promessa descumprida. E disso o povo está cansado.
Por isso, o Contestado decidiu ir às ruas!
Secretário quis restringir a entrada do povo no prédio público
Secretário de comunicação, Guarany Pacheco (ao centro), conversa com os moradores. Foto: Diogo G. Andrade |
A manifestação foi pacífica e organizada. Após alguns minutos dentro da prefeitura, Adeliana aceitou receber quatro integrantes da coordenação da ocupação e a advogada, Daniela Félix. A conversa durou cerca de 20 minutos e ficou acordado que a reunião acontecerá no dia 13/03.
Ao sair, todos os participantes do ato tiveram uma surpresa ao olhar pelas janelas envidraçadas da prefeitura: pelo menos cinco viaturas da Polícia Militar, que não estavam no começo do ato, foram chamadas para "reforço da segurança". Fica claro que a atual prefeita e seus secretários também encaram o movimento popular como "caso de policia".
Viaturas da Polícia Militar chegaram para reforçar a segurança contra cidadãos. Foto: Diogo G. Andrade |
Para que a reunião?
Há dois problemas que podem ser evitados a partir de uma conversa com a prefeita. O primeiro deles parte do fato de que a prefeitura de São José avalia a Ocupação Contestado como um problema herdado da gestão anterior, comandada por Djalma Berger (ver aqui a história do crime eleitoral que culminou na ocupação).
Diante disso, Adeliana se mostrou disposta a resolver a situação --mas não explicitou de que forma. Assim, um dos objetivos da reunião com as famílias é permitir que elas estejam inseridas, de forma ativa e protagonista, nas negociações que envolvem seus próprios futuros. O que se quer evitar é que a solução para esse problema seja encontrada e desenvolvida ignorando a participação e a organização popular, aplicando medidas “de cima para baixo”.
O segundo problema é que a ação que foi aberta pela Imobiliária Suvec no final do ano passado segue em processo e o perigo de despejo continua iminente. Por isso, é urgente criar mecanismos institucionais que protejam a comunidade de tal risco.
A prefeita sabe disso. Será que ela estava esperando acontecer o despejo para negociar?
Ágata e a voz do povo: "Prefeita, para de promessa. Queremos nossa casa". Foto: Diogo G. Andrade |
Nenhum comentário:
Postar um comentário